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Woody faz coaching de carreira em Toy Story 4

  • Foto do escritor: Luciana Sutti
    Luciana Sutti
  • 2 de jul. de 2019
  • 3 min de leitura

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Pixar Animation Studios, Walt Disney Pictures 2019

Toy Story 4 é imperdível. Para as crianças é diversão garantida, mas para os adultos, pode ser uma grande oportunidade de (re)pensar sobre seu propósito. (atenção: contém spoilers)


Quando me falaram que o final de Toy Story era triste, pensei em tudo, menos que ficaria tão tocada. E não achei nada triste, e sim de uma coragem ímpar: Woody ouviu a sua voz interior.


Já tinha lido que o filme era um resgate das personagens femininas fortes, empoderadas, mas para mim o filme todo é a busca do Woody por algo que faça sua vida valer a pena. Ele está em busca de significado para sua existência.

De modo extremamente elegante e sutil, vemos os dramas mais íntimos do Woody se desenrolarem na tela. Ele não é mais o brinquedo preferido, não é mais o líder. Até sua insígnia de xerife é retirada dele - ou seja - sua identidade, o que o identifica. Suas ações são interpretadas pelos outros como uma forma de reviver um passado glorioso. Mas vemos que não é nada disso. Ele está buscando ser autêntico e fiel aos seus valores.


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"I don´t belong here!"

Até que aparece o Garfinho. Construído pela Bonnie no primeiro dia de aula no jardim de infância, com a ajuda "invisível" do Woody. Um garfo descartável que se sente inadequado. Ele não se sente brinquedo, ele é lixo. Descartável. Já cumpriu sua função como garfo. Woody se sente na obrigação de mostrar o quanto o Garfinho é importante para a Bonnie. As cenas são hilárias, mas a mensagem é bem tocante... pois de certo modo o Woody também se sente "lixo". Na "sessão de coaching" que ocorre durante a longa caminhada entre Woody e o Garfinho, Woody divide sua história com Garfinho, e ao revisitar sua trajetória com o Andy, ajuda Garfinho a mudar sua auto-imagem. Ele agora se aceita como brinquedo e quer voltar para a Bonnie.


Mas não será tão fácil... para o Woody ainda há outras questões a serem trabalhadas. Na loja de antiguidades, onde o Garfinho é feito refém, cada um dos novos personagens vão trazendo elementos para o Woody estruturar sua transição de carreira.


Betty - Woody reencontra Betty e pergunta se ela é um brinquedo perdido. Betty reage e fala "I’m not the one who’s lost." Realmente, Woody se sente perdido na vida que leva atualmente.


Gabby Gabby - durante o resgate do Garfinho, descobrimos que a vilã no fundo só quer ser amada, como o Woody foi pelo Andy. Vemos ai uma pista sobre uma possível nova carreira para o Woody - ajudar os brinquedos a acharem novos donos.


E assim, Woody tem que escolher entre voltar para a Bonnie ou ser um brinquedo perdido junto com a Betty. Buzz o ajuda, dizendo que (Bonnie) ficará bem. Woody ouve sua voz interior e se despede dos amigos. Creio que por isso algumas pessoas acham o fim do filme triste.


Mas o filme não acaba ai! A transição de carreira do Woody é concluída quando ele entrega a insígnia de xerife para a Jessie. Encerra-se um ciclo, e abre-se outro.

O filme se desloca para o futuro, e vemos que todos estão bem, cumprindo sua função útil: Jessie lidera os brinquedos para fazer a Bonnie feliz; Woody, junto com a Betty e seus novos amigos, ajudam os brinquedos do parque de diversões a ficarem com novas crianças.


Quer final mais feliz que este?









 
 
 

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