Só o imperfeito tem futuro

“Seja uma boa menina”. “Você é um espelho para seus irmãos”. Quem é primogênita deve ter ouvido algumas destas frases. Eu cresci com elas e esta busca pela perfeição me acompanhou por muito tempo.

Até eu virar mãe.

Daí não dava para ser mais a filha perfeita, a esposa perfeita, a executiva perfeita, a mãe perfeita. Na verdade, nunca deu. Eu é que me enganava. Agora, a verdade aparecia nua e crua na minha frente. Sem espaço para racionalizações. Junto com o choque de realidade, vinha a culpa.

Lógico, a perfeição não existe. O objeto da sua atenção tende a mudar com a maternidade. São mais pratos para girar e maior carga mental.

Atendo muitas executivas que estão questionando suas escolhas e buscando equilíbrio entre seu papel de mãe e profissional. Vou já dar o spoiler: não existe o ponto mágico onde encontrará equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Trata-se de uma harmonia dinâmica, depende da sua prioridade no momento. Temos que ser sinceras conosco mesmas, para saber qual nossa prioridade. E só de ter clareza do que nos faz brilhar os olhos, já nos ajuda a direcionar a nossa energia para o caminho alinhado com nossos valores e cuja trajetória nos trará alegria e leveza.

Pois, se não estamos atentas, repetimos as mesmas programações obsoletas que nos fazem sofrer. Que vieram dos nossos pais, dos nossos avós... Bert Hellinger que o diga! Pontos de vista fixos nos deixam estagnadas, vivendo muito aquém do nosso potencial.

Temos sempre a possibilidade de fazer novas escolhas. No seu livro Mindset, a professora de psicologia de Stanford, Carol Dweck, aborda a importância de se ter uma atitude mental progressiva para um desenvolvimento pessoal e profissional saudável.

Portanto, acolha suas imperfeições e siga em frente. A vida é uma linda jornada, com inúmeras possibilidades! Sinta em seu coração o que lhe faz feliz e lute por isso, a despeito do que os outros digam.

"Só o imperfeito pode evoluir. O perfeito já se estagnou, cristalizou-se. Portanto só o imperfeito tem futuro."

Bert Hellinger